Ruy Serrano – Fontes de Poesia e Crónicas: poema A Confusão

18aconfusao

A Confusão

A orquestra deixou de se ouvir

Apenas o toque das teclas do piano

Reproduziam uma valsa

Que um par dançava na pista da vida

Numa pradaria de cavalos à solta

Que a trote fugiam com o freio

Da multidão que os queria caçar

 

Depois da orquestra fez-se silêncio

As águas dos mares acalmaram

As tempestades desfizeram-se no espaço

O tempo arrefeceu o granizo caiu

Estilhaçou vidros atingiu pomares

O ano vai ser de menos fruta

O mercado vai ser uma disputa

 

Os homens andam confusos

Agem por emoção e sem orientação

Alimentam projectos irreais

Na ilusão de serem concretizados

Por qualquer meio à disposição

Com a obsessão premeditada

De estabelecer a confusão

 

E assim vai o panorama de um país

Que anda há séculos à busca da sua matriz

Ruy Serrano – 26.09.2016

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