A Confusão
A orquestra deixou de se ouvir
Apenas o toque das teclas do piano
Reproduziam uma valsa
Que um par dançava na pista da vida
Numa pradaria de cavalos à solta
Que a trote fugiam com o freio
Da multidão que os queria caçar
Depois da orquestra fez-se silêncio
As águas dos mares acalmaram
As tempestades desfizeram-se no espaço
O tempo arrefeceu o granizo caiu
Estilhaçou vidros atingiu pomares
O ano vai ser de menos fruta
O mercado vai ser uma disputa
Os homens andam confusos
Agem por emoção e sem orientação
Alimentam projectos irreais
Na ilusão de serem concretizados
Por qualquer meio à disposição
Com a obsessão premeditada
De estabelecer a confusão
E assim vai o panorama de um país
Que anda há séculos à busca da sua matriz
Ruy Serrano – 26.09.2016