O incêndio foi no sábado, dia 17 de Junho de 2017, tendo sido detetado cerca das 14:38, pela população de Escalos Fundeiros, freguesia e concelho de Pedrogão Grande, que através do 112, comunicou o início nas proximidades de um incêndio a tomar preocupações à própria população.
A origem deste incêndio em dia de forte calor foi atribuída à queda de uma linha eléctrica de média tensão dada a falta de limpeza pela sua concessionária, enquanto que nos registos meteorológicos do Meteosat referente à queda de raios, observamos no dia 17 de junho de 2017, que ocorreu precisamente na zona do incêndio, por volta das 1345 UTC, uma descarga de raio positivo. O horário registado pelo popular entrevistado pelo Semanário Expresso refere-se às 14:38, isto é 13:38 UTC +1, ou seja, muito próximo dos registos da agência EUMETSAT através do satélite Meteosat.
As partículas deste incêndio de Pedrógão Grande, foram no dia 30 de Junho de 2017 detectadas nos Alpes suíços entre glaciares e penhascos, 3580 metros acima do nível do mar, onde uma equipa de investigadores recolheu amostras de carbono negro e partículas microscópicas de carvão, sendo a sua proveniência do incêndio de Pedrogão Grande.
O engenheiro António Salgueiro pertence à Comissão Técnica Independente (CTI) criada pela Assembleia da República na sequência dos incêndios florestais ocorridos nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Góis, Penela, Pampilhosa da Serra, Oleiros e Sertã de 17 a 24 de junho de 2017. A sua missão foi fazer uma avaliação independente sobre estes fogos, que avaliou os incêndios na Região Centro em junho de 2017. Afirmou neste aniversário do “fogo de Pedrógão Grande” que nenhum país está preparado para a magnitude do fogo de Pedrógão Grande a partir de certa altura.
Temos obrigação de nos preparar o melhor possível”, disse António Salgueiro, no Tribunal Judicial de Leiria, onde hoje prosseguiu o julgamento para apurar eventuais responsabilidades criminais dos incêndios de Pedrógão Grande.
Nestes incêndios, o Ministério Público (MP) contabilizou 63 mortos e 44 feridos quiseram procedimento criminal.
António Salgueiro salientou que “salta à vista a intensidade e extrema violência do fogo” de Pedrógão Grande, destacando, também, a direção “extremamente errática” que este tomou.
A testemunha explicou que são “os combustíveis finos superficiais [mato] que determinam mais o comportamento do fogo”, sustentando que “são eles que permitem a propagação linear do fogo”.
Sobre a utilidade das faixas de gestão de combustível, o engenheiro florestal referiu que “as faixas de contenção facilitam a supressão” do fogo, mas não o autoextinguem.
“Efetivamente, nalgumas situações, mesmo com as faixas de contenção, pode não ser suficiente”, declarou, admitindo: “Mesmo com limpeza, não sei se existiria hipótese” de evitar as consequências dos fogos, prosseguiu, assinalando, ainda, que o ‘downburst’, vento de grande intensidade que se move verticalmente em direção ao solo e após o atingir sopra de forma radial em todas as direções, “provocou milhares de projeções”
António Salgueiro frisou, contudo, que “o que diferencia é a gestão ou a ausência de gestão”, observando que “uma área não gerida é sempre mais propícia à propagação do fogo”.
No depoimento, a testemunha considerou que em Pedrógão Grande “foi ultrapassada a capacidade de extinção” dos incêndios e, depois, a de deslocação de pessoas, pelo que o que se poderia fazer “era dizer às pessoas para ficarem em casa”, mas reconheceu que “deixou de haver telemóveis, internet”.
Questionado se este fogo poderia ter sido atacado de forma mais adequada, António Salgueiro respondeu que não sabia, pois “não estava no local no ataque inicial”, para acrescentar que “depende de muitos fatores”.
O engenheiro disse ainda que eram necessários técnicos especializados e uma equipa multidisciplinar, incluindo um piroclimatologista, nos trabalhos de combate aos incêndios.
À pergunta se a sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil não poderia funcionar como um centro de comando à distância para poder ajudar o comandante das operações no terreno, neste caso o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, arguido no processo, e proporcionar competências especializadas, técnicas e interdisciplinares, a testemunha respondeu que “pode, deve e pretende”.
Quanto à eventual existência desse apoio às decisões tomadas pelo comandante, António Salgueiro afirmou desconhecer se houve.
No depoimento, o engenheiro foi confrontado recorrentemente com o relatório final da CTI, tendo deixado expresso que “não há nenhuma parte” do documento que “tenha sido feito por uma única pessoa”, além de que a comissão não procedeu a qualquer averiguação da causa do incêndio.
O relatório conclui que o principal problema da gestão de combustível nas áreas devastadas por estes incêndios foi o incumprimento da legislação para as faixas de rede secundária.
A rede secundária inclui faixas de 50 metros em redor das edificações, faixas de 10 metros para cada lado das estradas e de 100 metros à volta dos aglomerados populacionais. Já a rede primária “foi executada na totalidade apenas em três municípios” dos 11 abrangidos pelo relatório.
Além de Augusto Arnaut, estão a ser julgados por crimes de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência, alguns graves, mais 10 pessoas, incluindo dois funcionários da EDP, três elementos da Ascendi e o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera Fernando Lopes.
Os presidentes das Câmaras de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, Jorge Abreu e Valdemar Alves, respetivamente, também foram acusados.
O antigo vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande José Graça e a então responsável pelo Gabinete Florestal deste município, Margarida Gonçalves, estão igualmente entre os arguidos.
A secretária de Estado da Administração Interna na altura porta-voz da Proteção Civil, responsável por algumas falhas para o combate deste incêndio florestal, agora secretaria de Estado, considerou neste aniversário que seria “impossível” concluir em quatro anos toda a reforma da defesa da floresta contra incêndios e alertou que “o risco zero nunca vai existir” no país.
“É cedo para achar que as mudanças deviam estar todas concluídas, não estão. Estamos a falar de uma maratona e não de um sprint. A próxima década vai ser de grandes desafios para que se consiga levar este navio a bom porto”, disse Patrícia Gaspar em entrevista à agência Lusa, quando se assinalam quatro anos do grande incêndio de Pedrógão Grande, que provocou a morte a 66 pessoas.
A governante sublinhou que, desde 2017, o dispositivo de combate a incêndios florestais melhorou e “está mais estabilizado”, há mais formação para os agentes de proteção civil, existe uma diretiva integrada de prevenção e combate e, pela primeira vez, há uma diretiva para a vigilância e deteção, além das entidades trabalharem cada vez mais em conjunto e em convergência e existir uma rede automática de aviso à população.
“Houve muita coisa que já foi feita e ainda há muito para fazer. Seria impossível esperar que este programa de transformação estivesse pronto em quatro anos”, sustentou.
Patrícia Gaspar considerou “importante continuar a falar” de Pedrógão Grande para que se possa “honrar a memória das vítimas” e para que consequências de tal dimensão não voltem a acontecer.
“Mesmo que se continue a ter no país ocorrências daquela dimensão, porque sabemos que o risco existe, não pode ter aquele impacto”, precisou.
A secretária de Estado deixou claro que “o risco zero nunca vai existir”, frisando que Portugal vai “sempre ter incêndios enquanto existir floresta”, mas o grande objetivo passa por garantir que a floresta é “cada vez mais resiliente ao fogo e onde a ação de combate tenha que ser cada vez menos expressiva”.
Segundo a secretária de Estado, o dispositivo de combate a incêndios está estabilizado do ponto de vista numérico, tendo este ano o número mais elevado de operacionais desde 2017, ultrapassando os 12 mil.
“Não acredito que cresça muito mais nos próximos anos porque este é o dispositivo adequado àquela que é a realidade normal do nosso verão. O ponto crítico de sucesso é ter capacidade de flexibilizá-lo em função do risco”, disse.
A governante salientou que “a grande chave é conseguir gerir e flexibilizar este dispositivo em função da realidade que temos no terreno a cada momento”.
Patrícia Gaspar disse que o objetivo passa por “conseguir antecipadamente reorganizar o dispositivo para que esteja mais forte nas zonas onde seja mais necessário, quer do ponto de vista dos meios terrestres, quer do ponto de vista dos meios aéreos”.
Além das mudanças no sistema, Patrícia Gaspar disse ainda que, depois de 2017, Portugal e os portugueses “ganharam uma perceção completamente distinta daquilo que são os riscos ou a dimensão de algumas catástrofes”.
O incêndio que deflagrou ao início da tarde de 17 de junho de 2017, há quatro anos, no concelho de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, provocou a morte a 66 pessoas e 253 feridos, sete dos quais graves, e destruiu cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
A secretária de Estado da Administração Interna admitiu que a pandemia de covid-19 afetou a expansão dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoa Segura”, mas avançou que as autarquias vão começar a ser contactadas esta semana para aderirem aos projetos.
Criados em 2018, os programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” pretendem criar estratégias de proteção dos aglomerados populacionais em caso de incêndios rurais e incentivar a participação das populações.
A governante avançou que estes programas, que visam garantir uma maior proteção em caso de incêndio, existem neste momento em 627 freguesias, em 2.046 aglomerados populacionais e contam com 1.800 oficiais de segurança local.
As freguesias com estes programas têm um elevado risco de incêndio rural.
No entanto, segundo Patrícia Gaspar, este ano estão identificadas 1.022 freguesias prioritárias com risco elevado de incêndio.
O Instituto de Segurança Social (ISS), que preside ao Fundo Revita (criado para gerir donativos e a reconstrução das primeiras casas), sublinha que apenas 99 das 259 reconstruções estão sob alçada desta estrutura.
Destas, 89 estão concluídas e das 10 que faltam, cinco estão em execução e outras cinco “intervenções encontram-se suspensas em virtude do processo judicial em curso”, explicou.
Além destas cinco casas que têm o processo suspenso, há outras três, cujo processo não está sob alçada do Revita, que também se encontram na mesma situação. Todas estão habitações situadas em Pedrógão Grande.
Relativamente às cinco casas que estão em execução, o ISS diz que a demora se “deve fundamentalmente a questões de natureza técnica e financeira, nomeadamente ligadas a alterações de projeto e necessidades de financiamento complementar”, e estima que “deverão ficar concluídas durante este ano“.
Em declarações à Antena 1, Dina Duarte, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, afirmou que a vegetação está em pior estado do que em 2017.
“Verificamos que aquilo que nos rodeia não está melhor, está pior do que há quatro anos. E porquê? Porque muito pouco foi limpo do que ardeu (…) e este é o trabalho maior que nós consideramos que tem de ser feito”.
Alzira ainda está à espera de voltar a casa
Alzira Luiz perdeu a habitação, na aldeia de Rapos, concelho de Castanheira de Pera, no incêndio de 17 de junho de 2017. Quatro anos depois, ainda espera pelo regresso a casa. Depois do grande fogo, a paisagem permanece à espera de que aconteça alguma coisa.
Alzira, de 77 anos, estava sozinha em casa quando o fogo chegou, como esperava que chegasse, e, assim que percebeu que seria uma luta impossível de travar, fugiu a pé apenas com “uma malinha com os documentos”, e, já longe, viu a habitação, onde morava há mais de 40 anos, arder.
“Não consegui recuperar nada”, conta à agência Lusa Alzira Luiz, hoje a morar em Moredos, às portas da vila de Castanheira de Pera, numa habitação arrendada.
A Segurança Social pagou-lhe a renda de 150 euros mensais até dezembro de 2020 e, a partir daí, nunca mais houve apoio, tendo assistido “a espetáculos dos senhorios” a exigirem-lhe o pagamento.
“Chegaram a dizer-me para sair daqui para fora”, recorda.
Falou com a presidente da Câmara de Castanheira de Pera e os senhorios acabaram por nunca mais a chatear.
A adaptação à nova casa também não foi fácil: “O nosso cantinho é o nosso cantinho. Pode parecer para as outras pessoas que não é bom, mas para nós é o melhor”, diz, salientando que por ali o seu cão, de nome Max, tem de estar preso e também ela se sente algo presa, sem a sua casa e sem a sua horta, que era um entretém.
“Custa mais a passar o tempo”, acrescenta.
Em Rapos, está apenas o trabalho de alvenaria feito (paredes e cobertura), pago pelo fundo Revita, faltando tudo o resto (acabamentos, instalação elétrica e canalização, chão, cozinha).
Dentro da casa, um ninho de andorinhas é marca do abandono.
Os quatro anos de espera não são fáceis de contar, nem de explicar. E mudando de interveniente, a história também ela muda.
“Enterrámos o nosso filho faz hoje 4 anos”: pais do bombeiro que morreu no incêndio de Pedrógão Grande ouvidos em tribunal
Gonçalo Conceição, de 39 anos, era um dos cinco bombeiros da corporação de Castanheira de Pera que estava numa viatura que circulava na EN 236-1 no dia 17 de Junho. Carro embateu na viatura da corporação por causa do “fumo denso que se havia formado” devido ao incêndio, sustenta o Ministério Público.
Ouvidos os pais do bombeiro Gonçalo Conceição, que morreu na sequência de queimaduras nos incêndios de Pedrógão Grande, relataram no passado dia 22 no julgamento que decorre no Tribunal Judicial de Leiria, que a vegetação junto à Estrada Nacional (EN) 236-1 estava lastimável e péssima.
“[A vegetação estava] num estado lastimável”, afirmou Joaquim Domingos Conceição, em mais uma sessão do julgamento para apurar eventuais responsabilidades criminais dos fogos de Pedrógão Grande, salientando que no período em que ocorreram os incêndios “não estava limpo”.
Para além do Presidente da República, Assembleia da Republica e governo, e partidos com representação parlamentar estiveram presentes no funeral do bomberio Gonçalo Conceição, voltando o presidente da República, Presidente da Assembleia da República e do Governo, para assistir à missa do sétimo dia.
De acordo com o despacho de acusação, Gonçalo Conceição, de 39 anos, era um dos cinco bombeiros da corporação de Castanheira de Pera que estava numa viatura que circulava na EN 236-1 no dia 17 de Junho.
Nesta via, um carro com três ocupantes embateu na viatura da corporação dado o “fumo denso que se havia formado” devido ao incêndio, sustenta o MP.
Os cinco bombeiros saíram da viatura, “ficando de imediato expostos a um calor intenso, começando os óculos de protecção e as máscaras que traziam colocados a derreter”, lê-se no documento.
Apesar de ainda terem tentado salvar os três ocupantes do carro, os bombeiros “não o conseguiram” e seguiram a pé “em direcção ao cruzamento de Vilas de Pedro, na EN 236-1, “onde chegaram no momento em que a frente do incêndio por ali passou, gerando uma onda de calor muito intensa, ficando todos a ela expostos durante cerca de meia hora, até serem socorridos”.
“Todos sofreram queimaduras”, refere o MP, salientando que devido àquelas Gonçalo Conceição acabou por morrer dois dias depois, na Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
Após o depoimento, o pai do bombeiro, proprietário de um hotel em Castanheira de Pera, pediu ainda a palavra para dizer que hoje passavam exactamente quatro anos da data do funeral do filho, o que levou a presidente do colectivo de juízes, Maria Clara Santos, a lamentar a coincidência das datas.
Já a mãe do bombeiro, Maria Soledade Conceição, que como o marido vestia roupa preta, explicou que a vegetação junto àquela via “estava péssima” e, referindo-se a uma zona específica, notou que a copa das árvores “parecia um túnel”.
A testemunha adiantou que só viu trabalhos de limpeza naquela via “depois dos incêndios e na semana passada”.
Quer Maria Soledade, quer o marido, declararam ainda que não receberam qualquer alerta sobre o incêndio.
“Quando nos apercebemos que havia muito fumo, muito vento, tínhamos o hotel com 30, 40 pessoas. Mandámos os funcionários para casa, activámos o alarme”, contou, referindo que indicaram a clientes o caminho da Praia das Rocas, “amplo e que tinha muita água”, tendo também mandado pessoas em direcção à serra da Lousã, “porque ainda não estava a arder”.
“Estávamos entregues a nós próprios”, afirmou Maria Soledade, lembrando que, quando passou “um carro dos bombeiros”, de Lisboa, que “andava de um lado para o outro”, pois “não sabiam o caminho”, foi dito ao casal: “Desenrasquem-se porque não temos ordem [para parar] ”.
No mesmo dia foram ainda ouvidas mais quatro testemunhas que perderam familiares nos incêndios de Pedrógão Grande, incluindo a ex-presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande Nádia Piazza.
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MONUMENTO EM HONRA DAS 66 VITIMAS QUE PERDERAM A VIDA NA EN-236-1
Pela comunicação social, entre esta pela edição de Junho de 2018 de “O Ribeira de Pera”, foi tornado público que Souto de Moura ia trabalhar de forma totalmente gratuita no projeto: “Disse-lhes para não se preocuparem com o custos, porque essa questão não se põe, não cobrarei honorários.” O gabinete do primeiro-ministro recebeu uma carta da “AVIPG” – Associação das Vitimas do Incendio de Pedrogão Grande, pedindo apoio financeiro e, ao Expresso, fonte oficial do Governo é taxativa: “Obviamente que apoiaremos a obra.” O projeto deverá resultar da conjugação de esforços da associação, do Executivo e dos municípios atingidos — Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.
Lançado concurso para a construção do memorial às vítimas do incêndio, o “IP” – Infraestruturas de Portugal, lançou o concurso para a construção do Memorial às Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, com um valor base 1,8 milhões de euros. Vão ser plantadas árvores onde morreram muitas das vítimas.
A empreitada, cujo anúncio de concurso público foi publicado em Diário da República, prevê “a construção do memorial, os acessos rodoviários, que inclui uma zona de inversão de marcha para circulação proveniente de sul e renovação da paisagem marginal da EN [estrada nacional] 236-1″, afirmou fonte oficial da IP, em resposta a perguntas da agência Lusa.
Ao longo de cerca de dois quilómetros daquela estrada nacional onde morreram muitas das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande vão ser ainda “plantadas um conjunto de diferentes espécies arbóreas autóctones“, acrescentou. A maioria do investimento (cerca de 1,4 milhões de euros) será aplicado na construção do memorial, referiu. Segundo a mesma fonte, a IP prevê que a conclusão dos trabalhos ocorra durante o primeiro semestre de 2022.
Em 2019, numa sessão que se realizou no município de Castanheira de Pera, foi assinado um protocolo entre a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) e a Infraestruturas de Portugal para a construção do memorial.
As vítimas dos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande vão ser homenageadas atráves de um Memorial. Vai ser construído junto à estrada nacional 236-1, onde a maioria das 66 pessoas perdeu a vida em junho desse ano.
O projeto é da autoria do arquiteto Souto de Moura e tem o valor de um milhão e oitocentos mil euros, o que está a motivar muitas críticas.
Na dúvida fica a promessa de Souto Moura para a construção do Memorial às Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande se referiu; “Disse-lhes para não se preocuparem com os custos, porque essa questão não se põe, não cobrarei honorários.”
É nosso entender a responsabilidade dos proprietários, EDP, Infraestruras, Ascendi e municípios pela falta de limpeza das áreas sob sua responsabilidade, dada a conivência do governo com a indústria de celulose que desde 2008 deixou de intervir na correção anual para a fixação dos preços de madeira de celulose a favor da produção, deve ser compartilhada com o próprio governo.
De recordar os titulares da pasta do ministério da Agricultura anterior á tomada de posse em 21 de Junho de 2011, de Assunção Cristas, responsável pelos vários crimes à produção florestal, entre estes por ter interrompido a sua participação no aumento da madeira de celulose a favor do produtor até esta data, não sofrendo qualquer correção de preço enquanto este mesmo governo tem vindo a assistir ao aumento anual do preço de pasta de celulose para o mercado internacional.
A esta “grosseira” negligência politica, dada falta de rentabilidade da produção florestal para minimamente os proprietários suportarem a limpeza das suas áreas florestais, permite à industria de celulose adquirir por preços irrisórios significativas áreas criando o seu auto abastecimento em prejuízo do privado, posição também contrária pelos governos anteriores a Assunção Cristas, na pasta da agricultura. São entre outros, crimes políticos praticados por Assunção Cristas.