Portucel Moçambique (subsidiária da portuguesa The Navigator Company) prepara primeira exportação de madeira

A operação será o primeiro passo para “permitir colocar Moçambique no ‘roadmap’ internacional de países exportadores de madeira a partir de florestas plantadas”, referiu Paulo Silva, administrador-delegado da Portucel Moçambique .

A Portucel Moçambique, subsidiária da portuguesa The Navigator Company, e as autoridades daquele país lançaram no passado dia 11, numa cerimónia pública os trabalhos para a primeira exportação de madeira de eucalipto do projeto florestal da empresa.

Aquele responsável falava durante a cerimónia realizada a par de uma visita à floresta plantada desde há sete anos em Sussudenga, província de Manica, no centro de Moçambique, e onde agora se procede ao primeiro corte.

O primeiro lote de exportação, que sairá do país em navios, em data a anunciar, será composto por 140.000 metros cúbicos de madeira destinada a Portugal para produção de pasta de papel.

“Sendo um volume extremamente significativo”, a primeira exportação vai servir à Portucel Moçambique para “dar formação a trabalhadores moçambicanos, para que ganhem competências neste tipo de atividade, que é novo”, assim como para a própria empresa “conhecer os circuitos necessários a percorrer do ponto de vista administrativo, fiscal e legal”, detalhou Paulo Silva.

Francisca Tomás, governadora da província de Manica, classificou como “um valor acrescido para a economia de Moçambique, transportar esta madeira para fora do país”.

“Estamos satisfeitos por ver que, na maioria das atividades realizadas aqui, a comunidade está enquadrada”, acrescentou.

Até final de 2019, a Portucel Moçambique já tinha investido 120 milhões de dólares (100 milhões de euros) e 13.500 hectares com povoamentos de eucalipto no projeto florestal que está dividido em duas fases.

A primeira fase, em curso, pode chegar a 260 milhões de dólares de investimento (217 milhões de euros), 40 mil hectares de plantação e a construção de uma fábrica de produção de estilha para exportação de um milhão de toneladas e uma faturação anual na ordem dos 100 milhões de dólares (83,4 milhões de euros).

Após avaliação das condições de mercado, a empresa poderá avançar para uma segunda fase com um investimento adicional de 2,3 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros), mais 120 mil hectares de floresta e a construção de uma fábrica de pasta para papel, prevendo exportações anuais de mais de mil milhões de dólares.

A Navigator apresenta o projeto de Moçambique como um modelo de “coabitação inclusiva das plantações [florestais] com os usos tradicionais” da terra, mantendo as famílias “nos espaços que historicamente ocupam” fomentando a partilha de valor com elas.

 

Nota:

É nossa convicção, com esta primeira exportação de madeira de celulose a partir de Moçambique, inicia-se mais um dos habituais golpes Navigator contra a produção florestal portuguesa, anualmente aumenta o preço da pasta no mercado internacional sem que essa subida de preço se venha a refletir a favor da produção há anos não é corrigido para impor a venda de terrenos esta empresa, criando o seu autoabastecimento.

Esta situação, deve-se à (im)competência de Maria do Céu Antunes, atual ministra da agricultura, ex-presidente do município de Abrantes quando autarca, adquiriu por ajuste direto a uma empresa da família do ex-presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Paulo Catarino, atual  Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, pelo montante de 60 mil euros a aquisição de 30 oliveiras, vai permitindo ao poderoso grupo económico “Navigator” o seu enriquecimento devido ao baixo preço de madeira paga à produção.

 

 

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