Mário Beja Santos – Haja Saúde

Com as mãos lavadas, previne-se melhor a epidemia gripal

Muito está dito sobre este vírus que vem lá dos fundos da China, poderá vir a ter impactos de pandemia global, é um vírus poderosíssimo para o qual se procura com todo o afã uma vacina redentora. Paralelamente aos alertas que nos chegam dos departamentos de saúde, convém nunca nos esquecermos que há elementos da prevenção da gripe que passam por um conjunto de cuidados, como sejam: lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou utilizar soluções à base de álcool; usar lenços de papel, utilizar um lenço apenas uma vez, eliminando-o após a utilização (deitar nos sanitários ou no lixo comum); ao espirrar ou tossir, proteger a boca com um lenço de papel ou com o antebraço, nunca utilizar as mãos; e reduzir, tanto quanto possível, o contato com pessoas com sintomas de gripe.

Enquanto todos os dias ouvimos falar no coronavírus, participemos na contenção da propagação desse vírus, devemos dar particular atenção aos produtos para limpeza e desinfeção das mãos e superfícies.

As mãos são dos mais importantes veículos de transmissão de micróbios causadores de doenças, sejam eles bactérias, vírus, como o da gripe A, ou outros. De facto, a via mais frequente de transmissão do vírus da gripe é através das mãos sujas, por contato com superfícies contaminadas ou através dos cumprimentos sociais. Tocar com as mãos contaminadas no nariz, na boca ou nos olhos, permite que o vírus entre no organismo indo causar a doença. Assim se justifica a necessidade de manter mãos e superfícies limpas e desinfetadas a todo o momento.

Cuide destes produtos desinfetantes, recorra ao aconselhamento farmacêutico. Importa destacar que, a par da desinfeção, faz todo o sentido manter a saúde e o bem-estar da pele, procurando na farmácia produtos menos agressivos e mais seguros.

Não esqueça que a gripe nada tem a ver com constipação. Esta é uma infeção das vias respiratórias superiores, é provocada por um vírus, transmite-se através do ar exalado, pelas gotículas expelidas na fala e espirros e muito frequentemente pelo contato entre mãos. Não há medicamentos específicos para a cura da infeção propriamente dita, o que se pode fazer é aliviar os sintomas. A constipação pode ser mais debilitante em pessoas com doença cardíaca, doença pulmonar ou com deficiência da imunidade. Os sintomas mais comuns são: a febre, o nariz a pingar, o nariz tapado, a garganta a arranhar, algumas dores no corpo, dores de cabeça, sendo frequente, no final da constipação, subsistir uma tosse residual. Na gripe, é bem conhecida a causa, é um vírus Influenza.

Tanto na gripe como na constipação, há recomendações fundamentais: atenção aos doentes crónicos, aos debilitados e idosos; procurar o médico de família aos primeiros sinais de suspeita da gripe; na presença de sinais de constipação, o seu farmacêutico deve ser consultado para lhe aconselhar os medicamentos mais adequados para alívio dos sintomas que apresentar. E não esquecer que as pessoas que estejam constipadas ou com gripe e crianças com menos de seis meses não podem ser vacinadas.

 

A tosse não é uma doença, é um sinal de alerta

Quem tosse, com mais ou menos regularidade, deve estar informado de que se trata de um sintoma, pode ser uma manifestação de algumas doenças do aparelho respiratório, mas também um reflexo de proteção para expulsar partículas estranhas ou muco do sistema respiratório. As afeções respiratórias de menor gravidade (caso das constipações) são a causa mais comum da tosse aguda (aquela que pode persistir até três semanas) mas há muitas outras doenças em que a tosse se pode manifestar, será o caso da insuficiência cardíaca ou o refluxo gastroesofágico, mas também da asma, das bronquites crónicas, da insuficiência pulmonar, da tosse do fumador, de certos cancros, da rinite alérgica, entre outros.

Há medicamentos cujos efeitos secundários podem desencadear tosse, é o que pode acontecer com certos hipertensores. Quem apresenta tosse persistente sem expetoração sem causa aparente deve falar com o seu médico. Nem todas as tosses são iguais. Há a chamada tosse seca, irritativa, pode ser um mecanismo de defesa, mas existem situações em que é necessário recorrer à medicação. Este tipo de tosse pode ser tratado com antitússicos, alguns dos quais requerem receita médica e podem interferir com a capacidade de atenção e condução. A tosse com expetoração não deve ser suprimida de forma repentina, pois a expetoração pode ficar retida nos brônquios e daí surgirem complicações graves. Por esta razão a tosse com expetoração não pode ser tratada com antitússicos mas com expetorantes ou mucolíticos (substâncias que tornam a expetoração menos espessa e mais fácil de ser eliminada).

Um exemplo representativo de que o tratamento da tosse requer aconselhamento profissional é o caso do doente diabético por causa do uso de medicamentos sem açúcar. Há ainda outras situações em que o aconselhamento farmacêutico é fundamental. É importante ter em conta que a tosse nas crianças pode estar associada a asma, a infeções respiratórias. De uma forma geral, as crianças com menos de dois anos devem ser encaminhadas para consulta médica.

Temos aqui situações bem elucidativas como se deve usar e abusar do aconselhamento farmacêutico. Indo à farmácia para solicitar um medicamento para a tosse, deve ter o cuidado de informar se a tosse é seca ou se possui expetoração, se está relacionada com alguma infeção das vias respiratórias, se fuma; deve saber que o farmacêutico avalia a tosse quanto à sua duração e à existência ou não de expetoração. O farmacêutico pondera se a tosse é aguda ou crónica. No caso da tosse aguda, procura esclarecer se o doente tem sintomas de constipação ou de gripe, de rinite alérgica, se inalou partículas estranhas ou, no caso da tosse crónica, procura saber qual a sua causa, pois o doente pode ser asmático ou ter refluxo gastroesofágico, por exemplo; o doente deve comunicar abertamente com o seu farmacêutico se existem outras patologias que condicionem o tratamento da tosse ou que possam estar na sua origem, como é o caso da insuficiência cardíaca crónica. O seu farmacêutico informá-lo-á, também, das doses, da duração do tratamento, de possíveis reações adversas, o que fazer no caso de não melhorar e explicar-lhe-á as medidas complementares a tomar. Sim, use e abuse do aconselhamento farmacêutico.

 

Na constipação, também a escolha do medicamento é sempre personalizada

Abreviadamente, a constipação desenvolve-se com os seguintes sintomas: ligeira irritação da garganta, nariz a pingar, febre baixa ou estado febril e mal-estar geral. Estes sintomas nasais, bem como a tosse, podem ser mais intensos em pessoas que sofram do foro respiratório (rinites, sinusites e bronquites). Tais sintomas condicionam a escolha do medicamento. Não há duas constipações iguais, mesmo em cada um de nós. Recorde-se que a constipação difere da gripe, esta no início não apresenta geralmente problemas nasais, a febre é mais alta, as dores no corpo são mais intensas, sem dúvida que se trata de um quadro muito mais grave. Enquanto que para a gripe existe uma vacina, o mesmo não se passa com a constipação, se bem que existam no mercado alguns medicamentos que têm a característica de aumentar as defesas do organismo face às constipações.

A constipação resulta de uma infeção por vírus que vai desenvolver no organismo um processo inflamatório responsável pelos sintomas. É de todos sabido que está totalmente desaconselhado o uso de antibióticos nas constipações, não têm qualquer utilidade (os antibióticos só atuam nas infeções por bactérias).

O doente deve saber expor com exatidão na farmácia os sintomas que tem para que a escolha do medicamento seja a mais correta possível. Para cada um dos sintomas apresentados comuns, eles são tratados com medicamentos específicos: há casos em que se dá um medicamento para secar o corrimento nasal, outros para baixar a febre e quando se tem o nariz tapado devem aplicar-se gotas nasais, usando um vasoconstritor. Quando surge a tosse, já na fase tardia, e se ela for incomodativa, convém que seja tratada. No entanto, os medicamentos a utilizar também dependem do tipo de tosse (ou seja, se houve expetoração e congestão no peito).

Nada como exemplificar. Para escolher entre os comprimidos e as gotas de aplicação no nariz, importa saber que os comprimidos não podem ser tomados por hipertensos, pessoas com má circulação, doentes cardíacos, com arritmias ou que tenham o pulso ou coração rápido. Há ainda a considerar nos comprimidos as substâncias que eles possuem e que não atuam neste sintoma. Poderão ser benéficas quando possuem medicamento para a alergia, isto quando o nariz entupido é causado por uma rinite alérgica. Estes comprimidos com antialérgicos não devem ser tomados por pessoas que conduzam, pelo risco de sonolência aumentada. Também são contraindicados em doentes com hipertrofia da próstata e com glaucoma.

Enfim, não é difícil perceber que para tratarmos uma constipação é importante ser-se muito claro nas informações que se prestam ao farmacêutico, indicando-lhe todos os sintomas com exatidão, as doenças que eventualmente se possuam e quais os medicamentos que presentemente se estão a tomar. Considere da maior importância ser-se submetido a uma bateria de perguntas para que o profissional de saúde exerça a preceito o aconselhamento. O doente tem sempre direito a um tratamento personalizado, seja a propósito de uma constipação ou de qualquer outra doença benigna.

 

Comments are closed.

Scroll To Top