Kalidás Barreto: Crónica da Serra da Lousã

Leão XIII

Encíclica «Rerum Novarum»

Sobre a condição dos operários

15 de Maio de 1891

Nenhuma outra encíclica teve, como a “Rerum Novarum”, uma ressonância tão vasta e prolongada de celebrações, comemorações, florescência de escritos, e documentos solenes da própria Sé Apostólica.

… Ao invés, é uma realidade tristíssima, que se deduz de inquéritos parlamentares e de relatórios de fábricas dos países anglo-saxões, além de denúncias de escritores da época. Marx sabia bem que a realidade circunstante daria imenso eco ao Manifesto (1848) em que incitava os trabalhadores a quebrar suas cadeias.

… Os sinais precursores de uma revolução social se anunciam por toda parte”. Ozanan, a seguir, estigmatizava em 1836: “Há por aí muitos homens que têm demais e querem ter ainda mais; ainda há mais homens que não têm o bastante, não têm nada, e querem apropriar-se do que não lhes querem dar. Entre essas duas classes prepara-se uma luta, uma luta que ameaça ser terrível: por uma parte, o poder do dinheiro; por outra, a força do desespero”; e em 1839, no curso de Direito dado em Lião, proclamava: “A exploração do homem pelo homem é escravidão”.

… Mas com tais condições andavam mais do que nunca insatisfeitos os operários oprimidos pela injustiça social.

 

Nestas últimas eleições em Portugal para presidente da República, apoiei a candidatura de Sampaio da Nóvoa, mas este ficou em segundo lugar. Venceu Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu discurso afirmou: “temos de sair deste clima de crise em que quase sempre vivemos”.

Acreditamos que se vai lutar contra a fome, a miséria e pela justiça social. Ainda citando Leão XIII sobre os operários: “o trabalho do operário é a fonte fecunda”.

Lembro que o actual e recém-eleito presidente da República, subscreveu, como eu, a actual Constituição da República Portuguesa.

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