Igreja Matriz de Alvares Padre Ramiro Moreira (Monografia da Freguesia de Alvares, 2001)

Igreja Matriz de Alvares

Padre Ramiro Moreira

(Monografia da Freguesia de Alvares, 2001)

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A Igreja Matriz da paróquia de Alvares é um templo do século XVII, bastante amplo, muito simples, de traça filipina. Por volta dos anos 60 foram retirados os dois altares laterais, em talha dourada, com algum valor, ainda bem conservados, apesar de terem mais de 350 anos. Eram os altares de São José e de São Sebastião.

Resta agora o altar-mor. É um trabalho igualmente do séc. XVII, muito bom, necessitando de ser restaurado, que os frades da Congregação de Santa Cruz de Coimbra trouxeram daquela cidade, quando a igreja matriz de Alvares era sufragânea daquela congregação religiosa.

Também, por volta de 1960, as janelas, que eram de pedra, em estilo romano, em grés rosado claro, foram todas substituídas, excepto a que dá para a sacristia, por janelas largas, estilo gótico, mas construídas em cimento. O mesmo aconteceu à porta lateral e à porta que dá para a “Casa dos Ossos”, cujas cantarias foram retiradas e no seu lugar foi posto cimento. (…)

A porta principal, em arco, apresenta a data de 1616 entre desenhos vegetais populares. Felizmente que esta porta não foi demolida, como tantas outras nos anos 60 e de muito valor histórico, arqueológico e arquitectónico.

A porta lateral, igualmente em arco, era decorada com breve toro na aresta externa, mas infelizmente, também foi substituída em 1960 por cimento.

Um dos sinos tem a data de 1708.

Há um púlpito no adro, em pedra, cilíndrico, encostado a um cunhal da igreja.

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Em 1992, o adro, que era de terra batida, levou um chão de placas de cimento, obra promovida pela Comissão de Festas de S. Mateus desse ano, com a colaboração da Câmara Municipal, Junta de Freguesia e Fábrica da Igreja. A festa de inauguração, com a presença do Presidente da Câmara de Góis, foi em 1992.

O altar mor, seiscentista, modificado na parte central, arma-se em quatro colunas coríntias. Duas inteiramente cheias de enrolamentos de acantos; as outras duas, de caneluras espiraladas; nos pedestais, no banco e remate, encontram-se pequenos baixo-relevos.

Nos intercolúnios abrigam-se duas esculturas de madeira e da mesma época, Santo Agostinho e Santo António vestido de cónego regrante.

O antigo sacrário foi há muito retirado do retábulo, por estar em ruínas. É uma composição circular, de colunas com baixos relevos nos espaços. Esta linda peça arquitectónica do séc. XVI foi já restaurada em 1994 pelo Instituto Gama Pinto, de Lisboa. Há muito que esperamos ajuda para restaurar o riquíssimo altar mor e nele ser colocado o sacrário já restaurado.

A imagem de S. Mateus, padroeiro da igreja e da freguesia, é do tipo seiscentista em madeira. À frente diremos que embora a imagem seja venerada como sendo de S. Mateus, é sim de S. Marcos.

A antiga imagem de S. Mateus, em pedra, é também do séc. XVI e encontra-se na sala Museu. É do estilo manuelino.

Na igreja temos ainda uma imagem do Sagrado Coração de Jesus, em madeira. E outra, também em madeira, de S. José. Há ainda as imagens de Nª Sª de Fátima, de Nª Sª da Soledade e do Senhor Morto. (…)

No Museu paroquial temos uma linda imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo, em madeira, do séc. XV, policromada, considerada em 1993, como de interesse público pelo IPAR.

Há notícias que havia uma imagem de Santa Isabel, mãe de S. João Baptista, em pedra, do séc. XVI, que há muitos anos desapareceu. Há outra linda imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo, em pedra.

O último grande restauro da igreja foi em 1982. Foi construída uma placa de cimento, suportada por grossa vigas, e a telha cerâmica foi substituída por telha de cimento, por causa do gelo do inverno..Depois de 1982, foram executadas algumas obras de conservação e beneficiação. (…)

Em 1997 um grupo de senhoras fez um peditório e mandou construir duas peanhas, onde estão as imagens do padroeiro, S. Mateus, e de Nª Sª.de Fátima.

Neste dois locais estavam os dois altares setecentistas, em talha dourada, retirados em 1960.(…)

 

Párocos da freguesia de Alvares desde 1603 (em que começa a escrituração do registo paroquial) até 1905:

1- Pedro Rodrigues. De 1603 a 1638.

2- Manuel Antunes Glórias. De 1638 a 1640.

3- Domingos Fernandes. De 1640 a 1646. Faleceu a 25.8.1646.

4 -Manuel da Fonseca. De 1646 a 1649.

5- Paulo Leitão. De 1649 a 1668.

6- Gregório Antunes Calheiro. De 1668 a 1669.

7- André Bandeira. De 1669 a 1683. Faleceu a 14.12.1683.

8- António Gonçalves. De 1683 a 1684.

9- Inácio Rodrigues. Desde 1684. Faleceu em 1714.

10- Manuel Barata. Em 1714.

11- Pedro das Neves. Desde 1714. Faleceu em 13.3.1755.

12- Paulo das Neves

13- António Lopes. De 1754 a 1755.

14-J osé Joaquim Frois. Desde 1755.

15- José Caetano. De 1755 a 1761. Natural de Obrais, onde fundou uma capela dedicada a

Nossa Senhora do Livramento. Voltou a paroquear em 1763.

16- Onofre Alvares Antão. De 1761 a 1763. Natural de Amioso Fundeiro, onde restaurou

uma capela dedicada a S. Pedro.

17- João Rodrigues Carneiro. Veio para esta freguesia em 1788. Natural da freguesia da

Várzea de Góis. Bacharel formado em canones. Em 1795 foram desanexadas desta

freguesia seis povoações, da Lomba das Amoreiras, que ficaram formando a freguesia

de Portela do Fojo. Fez  um tombo da freguesia iniciado em 1796.

Teve como adjutores os seguintes eclesiásticos: João Gonçalves, desta freguesia; José

da Fonseca Cortes; Bonifácio António de Jesus, da freguesia de Pedrógão Grande;

Francisco Fernandes, da freguesia de Pampilhosa; Francisco da Mota Arnaut Fonseca,

desta freguesia; dr. Joaquim da Mota Arnaut Fonseca, natural desta vila, onde faleceu

em 23.6.1836, o qual foi pároco desta freguesia (ver abaixo)

18- Francisco Henriques de Almeida. De 1831 a 1834. Natural da Pampilhosa da Serra.

19- Dr. Joaquim da Mota Arnaut Fonseca. Desde 1854. Natural da Quinta das Tulhas.

Faleceu em 23.6.1836.

20- António Cortez. De Junho a Novembro de 1836. Natural do Amioso do Senhor.

21- Manuel Rodrigues David. De 1836 a 1881. Natural da freguesia de Álvaro. Faleceu em

20.12.1881.

22- Francisco José das Neves Fonseca. De 1881 a 1883. Natural de Mega Fundeira.

Faleceu em 21.6.1898.

23- Joaquim José da Veiga. De 1883 a 1899. Natural da freguesia da Pampilhosa. Faleceu

em 31.10.1899.

24- César Simões. De 1899 a 1901.

25- Manuel Fernandes das Neves. Actual pároco desde 1901.

(P. Seven (Comarca de Arganil, 23.3.1905 a 22.6.1905)

 

Párocos da freguesia de  Alvares desde 1905:

1905-1911: Manuel Fernandes das Neves; 1911-1917: José Natividade Serra; 1917: José Lourenço Antunes d’Almeida (substituto de Pampilhosa); 1917-1942: Augusto Nunes de Almeida (de Pampilhosa da Serra); 1946: Benjamim Alves (Pessegueiro); 1946-1956: Carlos Borges das Neves (Pampilhosa); 1956-1959: José Salvador d’Almeida (Pampilhosa); 1959-1963: Virgílio Francisco Gomes (Mira); 1963-1974: António Antunes de Brito (Vidual); 1974-1982: Manuel da Silva Martins (Bairrada – Figueiró); 1982-…: Ramiro Moreira (Lousã).

(Monografia da Freguesia de Alvares, 2001)

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