EDITORIAL – Por: Fernando Correia Bernardo

O CAOS EM CASTANHEIRA DE PÊRA

 

Como se não bastasse o encerramento das fábricas têxteis em Castanheira de Pêra, resistindo residualmente, a Albano Antunes Morgado S.A., restou a floresta como produção de riqueza e manutenção de postos de trabalho. Serrações, fornecimentos de eucalipto às fábricas de celulose era do pouco que restava neste concelho em actividade para a produção de riqueza e, consequentemente, trazia rendimento e sustentabilidade.

O concelho, praticamente, ficou reduzido, na sua totalidade, a cinzas. Tem como Presidente do Município, alguém, que abandonou as populações, umas no desespero até à morte; outras, que viram ardermos tudo o que tinham, ficando ao abandono e sem qualquer protecção.

De ano para ano, com este Presidente, o concelho de Castanheira de Pêra só  regrediu, passando uma grande parte da sua população a integrar reformados e funcionários públicos, cuja sustentabilidade depende do Orçamento Geral do Estado.

E o que vai acontecer no futuro ?

Com as fábricas encerradas, com o negócio da madeira só sustentado pelo ardido, a população jovem vai procurar ganhar a vida, fora. Então, é que se pode dizer que, em Castanheira de Pêra só vivem reformados e funcionários públicos. O que foi este concelho e o que é ? Que mais se podia esperar do Presidente do Município ? Levou o concelho à regressão. Há dúvidas disso ? Não há. Mas, sem carácter e vergonha, anda a tentar arranjar justificação para as pessoas que morreram ao abandono da Protecção Civil.  É o País que temos, com gente desta !

Ele, quando chegar o momento, vai ter uma lauta reforma. Foi isto que Castanheira de Pêra lhe deu. E o que deu ele a Castanheira de Pêra ? Menos que nada, pois só deu regressão. Quem o escolheu, tem o que merece, portanto, nada adianta agora, fazer lamentos.

Está presente, o que este Presidente fez e não fez. E agora ?  Tudo se encaminha para enquadrar o caos. Mas ele sai com uma boa reforma e levou o concelho ao estado caótico em que se encontra.

Quando alguém, nato em Castanheira de Pêra foi eleito, pouco ou muito, o concelho evoluiu. Mas, quando alguém de fora, assumiu a presidência do Município, o concelho só regrediu. Só tal não vê, quem não quer.

Renascer das cinzas ? Só com alguém capaz.

Investir, só com fundos da União Europeia, dizendo-nos a experiência de vida que uma parte fica pelo caminho.

Então, que futuro ? O horizonte, para já, é de fetos; eucaliptos a rebentarem com folhas novas e daqui a dez anos ou quinze, outra desgraça, com novo incêndio, vai surgir.

Que plano de combate a incêndios neste concelho, tinha o Município ? Nenhum.

Que plano tinha este Município para salvaguardar a vida das pessoas, num incêndio com uma floresta desordenada e sem biodiversidade ? Nenhum.

Infelizmente, foi com este Presidente que o concelho atingiu o  caos. Foi eleito, portanto, quem o elegeu, que assuma a escolha e não se lamente, porque agora, já nada há a fazer, a não ser, pôr os olhos no horizonte e constatar tudo queimado e no preto os eucaliptos e fetos em força.

Resta-lhe uma virtude, que passa por fazer apelo à caridade e nisso tem sido útil, em colocar o concelho a receber esmolas, que muitos fazem crer que são ajudas. Digam o que disserem, são esmolas. Transformou, este concelho, num mendigo, pedinte, á mercê das esmolas.

É de lamentar, os Castanheirenses deixarem este concelho chegar a ter a imagem do mendigo ! Mas, ele, Presidente vai sair, com uma reforma choruda.

O que foi Castanheira de Pêra e para onde a levaram ?

Agora, só as esmolas fazem renascer este concelho das cinzas.

A indústria encerrou. A floresta ardeu, sem plano para a salvar.

E agora ? Há que estender a mão à caridade. Se a União Europeia esmolar, “o mendigo”, não deixa de ser “pedinte” e então, aguarda-se por mais dez a quinze anos, para a história se repetir.

Mas, para alguns católicos, não foi a acção humana quem conduziu Castanheira de Pêra ao estado a que chegou, ao caos. Isso foi a vontade de Deus, por terem eleito, quem elegeram.

A terminar, – que Deus proteja Castanheira de Pêra, porque o Presidente sai protegido, com uma boa reforma e o resto, são cinzas, – que se lixe.

 

 

Por: Fernando Correia Bernardo