Editorial: O Julgamento do Regime. Por: Fernando Correia Bernardo

 

 

Fala-se para aí no processo em que, um ex primeiro ministro; o banqueiro “dono disto tudo” Ricardo Salgado; Zeinal Bava da PT.; Henrique Granadeiro; Helder Batáglia e outros mais são arguidos.

Tudo se resume a favores do Governo, com o então primeiro ministro, José Sócrates, a encapotadamente, levar a decisões que pela sua natureza e fins levava ou levou ao enriquecimento de uns quantos, em prejuízo manifesto do Estado e consequentemente de todo o povo a pagar a corrupção, a fraude fiscal e a falsidade subjacente.

Não sabemos, se existe de tal prova concludente, ou não.

O que sabemos, é que José Sócrates foi preso e tal implica indícios sérios e rigorosos para sustentarem a prisão. Porém, causa estranheza a seriedade dos indícios e mais de três anos e meio decorreram sem ser acusado para se defender !

Que justiça é esta ?

Todo o cidadão tem o direito à defesa. Se não o acusam, não se pode defender.

Nem no tempo de Salazar, isto acontecia, mesmo no Tribunal Plenário.

Se existem prazos, eles tem que se cumprir e não podemos admitir prolongamentos, em cima de prolongamentos, para se dar a qualquer cidadão arguido o direito à defesa.

Contudo, este processo “operação marquês” não traduz só o julgamento de José Sócrates e de uns tantos.

Traduz sim, o julgamento do regime político e judicial que passa por o sistema traduzir, quem o conduz, uns supra humanos, ungidos por um poder divino que os torna, neste rectângulo à beira mar plantado, por omnipotentes.

Daí que, se coloque a interrogação: – quem guarda o guarda – ?

O regime político está a ser julgado pelo poder judicial.

Quando isso acontece, vem à tona a podridão do sistema, ao ponto de, os então amigos de José Sócrates, hoje lhe virarem as costas, quando é certo que, outrora o bajularam, o aplaudiam; ao pedirem-lhe lugares públicos; lhe pedirem para integrarem listas que os conduziam ao parlamento; a lugares de ministros, secretários de estado; directores gerais; presidentes de câmaras; administração de empresas públicas e muitos mais cargos.

O que a vida trouxe a José Sócrates ? Aqueles que o bajulavam, esboçavam um sorriso, sem existir piada alguma, semeavam a intriga para serem os escolhidos; agora viram-lhe as costas. Ninguém ergueu a voz para defender cristo, quando este carregava com a cruz, mas depois, fizeram-se cristãos.

Não se esqueçam ! O António Costa foi daqueles que subiu na vida política, graças ao José Sócrates.

Agora refere, com os gestos de “monhé” – à política o que é da política; à justiça o que é da justiça -. Quando é certo que, antes de Sócrates ser preso, se preparava, para o anunciar como candidato a presidente da república.

As voltas que a vida dá !

Se José Sócrates falar do que sabe, então, onde é que o regime vai parar ?

Se José Sócrates fôr absolvido, “o monhé Costa” aparece em primeiro lugar a, falar da crise da justiça.

Porém, enquanto Sócrates se mantiver na situação em que está, o “monhé” é o maior.

 

 

Por: Fernando Correia Bernardo

 

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