O relógio do tempo não para, mas o outrora idealizado Museu do Tempo, esse, sim, ficou parado, já que as máquinas (as que medem o tempo) apenas podem ser contempladas em Serpa.
Aqui o tempo parou já lá vão uns bons anos! Tudo é feito como no passado, nada de inovar, nada de criatividade, até a iluminação de Natal é igual todos os anos, graças ao empenho da Junta de Freguesia, agora União das Freguesias de Castanheira de Pera e Coentral.
Na área da cultura, nada de vulto foi feito – nem na época festiva do Natal. Porque não foi realizado um sarau cultural, nesta quadra festiva, para toda a população? Não têm dinheiro, os senhores? (Uns meses de “representação” seriam um ótimo contributo financeiro!) Ou é falta de ideias e vontade de trabalhar? Fica lançado o mote.
Os idosos, a grande maioria da população, nada podem usufruir, a não ser da “bancada central” da praça; os das aldeias permanecem isolados e esquecidos, só são lembrados no dia do voto – aí, sim, têm transporte assegurado pela autarquia ou por particulares “aliciados”. Será isto democracia ou hipocrisia? Quando precisam de vir ao médico ou fazer umas compritas (Apoio ao Comércio Local) onde está o meio de transporte? É triste demais ver tantos idosos na Praça, sem um espaço digno e aconchegado para viverem a ultima etapa da vida, quando a autarquia tem espaços abandonados. Fica a sugestão de recuperar uma sala, por exemplo, no imóvel onde funcionou a AMICAPER, para ser transformado num espaço de convívio e de lazer.
(Os jornais periódicos poderiam bem ser oferta da Junta de Freguesia, ou dos Compartes dos Baldios) Todo o imóvel tem como únicos inquilinos os ratos, que, ao que se julga, são uma espécie em extinção, já que a terra fica a cada dia que passa mais pobre, pelo que pouco resta para roer e, sendo assim, não vai ser necessário chamar o flautista de Hamelin para exterminar os ratinhos deste (ainda) concelho, cada vez mais moribundo.
O inverno vai chuvoso e frio; quando a primavera chegar, talvez seja o momento ideal para recuperar a fachada da Casa do Tempo, assim como o famoso e apreciado Raposinho. O património edificado da autarquia não pode continuar ao abandono, sem manutenção e sem ocupação, urge pois dar vida ao mesmo, procurando e cativando investidores interessados, de forma a criar investimento potenciador da criação de emprego de forma a fixar população.
“A vontade é uma faculdade da alma humana: só os indivíduos têm vontade, é o que podemos chamar vontade psicológica ou vontade psíquica.” (in Princípios Fundamentais de Direito Administrativo, Almedina, Coimbra 2003, p.93)
António Manuel Varanda