Naquele que é mais um esforço para apelar à (boa) leitura, o jornal O Ribeira de Pera convidou a Rede Rede de Bibliotecas Terras de Monsalude, que integra os municípios de
Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, a deixar mensalmente uma sugestão de leitura para os nossos leitores.
Aqui fica a sugestão da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Pedrógão Grande
Clara Pinto Correia
Clara Pinto Correia começou a escrever muito nova.
Além de escritora, jornalista, e cronista, é também bióloga, especialista em História da Ciência e docente.
Fez a licenciatura em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, lecionou na Faculdade de Medicina e defendeu as provas de Doutoramento em Biologia Celular no Instituto Abel Salazar. Em 2004, prestou provas de agregação na Universidade de Lisboa, passando então a ser professora catedrática. Foi investigadora na Universidade em Bufallo, Estados Unidos, onde se doutorou e especializou em fertilização de mamíferos. Estudou História da Ciência em Harvard, sob a supervisão de Stephen Jay Gould, enquanto escrevia o livro O ovário de Eva, publicado em 1997.
Dos 56 livros que publicou até agora, 3 são de pesquisa científica e foram publicados nos Estados Unidos.
Escreveu entretanto várias grandes reportagens de viagem para a revista de O Jornal e para a Grande Reportagem. Enquanto cronista, durante todo este período, colaborou com várias publicações periódicas, nomeadamente com O Jornal, Diário de Notícias, e Visão.
É também tradutora de vários autores contemporâneos de grande relevância, e sobretudo de grandes textos da literatura universal. Nos últimos anos retomou a investigação nos Estados Unidos, tendo publicado um livro que aborda a questão da Reprodução Medicamente Assistida.
Neste período também se dedicou à ficção em português, tendo daí resultado a publicação do romance Todos os Caminhos em Outubro de 2017, o primeiro da trilogia A Tirania da Distância.
Com uma produção literária impressionante, a sua estreia dá-se em 1984, com o romance Agrião, mas a sua popularidade atinge-a com o romance Adeus Princesa, sucesso editorial, transposto para o cinema, por Jorge Paixão da Costa. A consagração máxima dá-se depois da publicação do folhetim E se tivesse a bondade de me dizer porquê? em coautoria com Mário de Carvalho.
Destacam-se na sua obra, para além dos já citados, na ficção: Ponto Pé de Flor e Mais que Perfeito; na literatura infantil: Quem Tem Medo Compra um Cão, A Minha Alma Está Parva e A Ilha dos Pássaros Doidos; na divulgação científica: Os Bebés-Proveta, Clonai e Multiplicai-vos e O Ovário de Eva.
Todos os Caminhos é um romance construído em torno das memórias de uma protagonista narradora e retrata as múltiplas contingências da vida em Portugal, ao longo das últimas décadas e no período pós 25 de Abril. A protagonista, M, conduz-nos pelas suas memórias, pelos seus amores, pelos caminhos que escolheu em diferentes fases da sua vida.
Com espírito mordaz e bem-humorado apresenta-nos as vivências de uma mulher de meia-idade que se viu forçada a percorrer caminhos inesperados, mas que persiste em continuar a caminhar para encontrar a sua felicidade.
“ Deixem-me só caminhar, caminhar, caminhar.”
Deolinda Campos
(Biblioteca Escolar do Agrupamento de Pedrógão Grande)